Na noite anterior eu havia dado uma olhada em opções de parada, bem como trajetos. A ideia inicial, até então era seguir para Brno (a segunda maior cidade da República Tcheca), com uma cidade intermediária, por conta da distância, em Brno ficaria dois dias e seguiria, na sequencia para Bratislava, com um pernoite, em alguma cidade antes da divisa com a Eslováquia.
Ocorre que os pedidos de Couchsurfing foram respondidos negativamente, pois em Brno está ocorrendo um evento ou congresso, logo, todas possibilidades ocupadas, pelo mesmo motivo as possíveis hospedagens (B&B, hostels ou hotéis) ou estavam ocupados, ou pedindo valores muito acima do comum para a República Tcheca.
Somado a isso, procurei a que fazer e não achei nada de muito especial na cidade que merecesse uma pausa de um ou dois dias, além da dificuldade e tempo perdido que sempre existem ao transitar em cidades grandes.
Assim, decidi retirar Brno do mapa e seguir direto para a região de divisa com a Áustria e Eslováquia e por ali seguir até Bratislava.
Quando saí da hospedagem que eu estava o clima era bom, mas ainda friozinho, sai com o corta-vento. Por falar em tempo, desde o começo da viagem, inclusive em Hannover, o tempo sempre tem estado bom, as vezes um pouco mais frio, mas céu de brigadeiro, ou quando muito um pouco nublado, nunca chuvoso. É uma ótima época para viajar e aproveitar os dias por aqui.
Enfim, com a mudança de planos acabei decidindo pela manhã o caminho a percorrer, procurando seguir por estradas secundárias, já que não consegui um mapa de ciclovias pela República Tcheca, e mesmo estas não são muito confiáveis de seguir, as vezes é de asfalto bom, as vezes de asfalto ruim, esburacado, as vezes de terra batida, as vezes de cascalho, ou seja, imprevisíveis.
Copiei o mapa para o celular e saí, sabia que teria um terreno um pouco mais acidentado, e que estaria subindo, mas não sabia quanto.
No trajeto estava difícil identificar o caminho certo, com muitas bifurcações e paradas a todo tempo para conferir o rumo.
Somado a isso, quando realmente apareceram as subidas, o tempo mudou um pouco, ficou nublado e o sol não estava mais presente para aquecer, senti um pouco de frio, logo vieram alguns pingos esparsos, não chegou a chuviscar.
Continuei, o corpo não estava cansado, mas foi um exercício mental, de perseverança. Nesses momentos a gente se conhece melhor, além de conhecer os próprios limites. Não era nada fora do comum, mas por algum motivo (ou a soma de todos) estava um pouco difícil (ou sem vontade) continuar.
A paisagem mudou um pouco, de estradas com árvores floridas ao lado de campos de trigo (ou seria cevada para cerveja?!), agora as árvores são secas, ou ainda áreas de reflorestamento intercaladas com plantações.
Algum tempo depois o tempo melhorou e o terreno ficou mais plano, me animei de novo, segui até Ždár nad Sázavou, onde resolvi parar, pois já era passado das 16h e, como eu já disse, quase tudo fechas 17h por aqui, na sexta especialmente, muita coisa já fecha ao meio dia.
Achei um hotel, estava um pouco caro, mas não tinha outra opção. Valeu pela qualidade do serviço e conforto, fui a um mercado comprar algo para comer aquela hora e no café do outro dia.
A noite fui em um barzinho que tem próximo ao hotel, tomei uma cerveja, comi um sanduíche. Por aqui é normal as pessoas fumarem em local fechado, como era no Brasil alguns anos atrás, e fumam muito, além de beberem muito, segundo dizem, a República Tcheca é o país que mais consome cerveja por pessoa no mundo (também pudera, no bar, o caneco de 0,5 l de cerveja de qualidade sai por 22 kc - menos de R$ 3,00).
Distância: 85 km
Tempo Pedalando: 5:17 h
Desnível Positivo: 1055 m
Desnível Negativo: 681 m
Elevação mínima: 208 msnm
Elevação máxima: 648 msnm
Acumulado: 363 km
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